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Que é da uva depois que passa?
Da madrugada até a manhã?
E da areia sem argamassa?
Ou do carneiro sem sua lã?
O doce vinho vira vinagre.
No fundo a uva, não mudou nada.
Ninguém supõe que ela se estrague
Deixando a taça pela salada.
Os ventos sopram... os dias vão...
E tudo muda sem qualquer norma,
Não adianta dizer que não.
É o conteúdo com outra forma.
Que é do moinho se não há vento?
Do por do sol se ninguém o vê?
E me pergunto se tem alento
Viver a vida sem ter você?
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